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A ilha


Clint Eastwood é um dos homens mais conhecidos do mundo, foi um bom actor e até tem uma música dos Gorillaz com o seu nome. Mas, se Clint hoje é conhecido é pela sua notável carreira como realizador tendo no currículo filmes tão bons como Imperdoável, Mystic River ou o galardoado Million Dollar Baby.
Em 2007 Clint foi mais longe na sua genialidade propondo um díptico sobre a batalha de Iwo Jima, uma ilha nipónica que foi palco de violentos combates na II GM, díptico esse que apresenta a perspectiva americana e a perspectiva japonesa de tão sangrenta batalha.
No primeiro filme que se estreou entre nós no fim do mês de Janeiro, Eastwood mostrou como os americanos venceram as batalhas de Iwo Jima e colocaram uma bandeira no topo do monte Suribachi, desse momento foi tirada uma famosa foto que mudou o curso da história.Os heróis de Iwo Jima, os homens que estavam na foto voltaram aos EUA como herois e como meros objectos de propaganda de guerra. Esse filme tinha a qualidade dos melhores filmes de guerra como O resgate do soldado Ryan ( Spielberg foi produtor em As Bandeiras e realizador em O resgate) e para além disso tinha a exploração das emoções humanas que Clint tão bem sabe captar.
Ontem dia 15 de Fevereiro, estreou-se As cartas de Iwo Jima que sendo feito por um americano é um dos melhores filmes japoneses de sempre. Realista ao máximo este filme é falado em japonês e tem um elenco liderado por Ken Watanabe( já o vimos em o Último Samurai).Destaque para a sensibilidade de um americano a relatar histórias tipicamente japonesas com os valores da honra e do espírito de sacríficio a elevarem-se.Depois os cenários. Este filme apesar de ter sido feito no mesmo sítio não tem a cor de As Bandeiras , é mais sóbrio, mais japonês. A areia vulcanica da ilha e os uniformes caqui dominam a tela.Aqui a acção começa uns dias antes dos ataques esperados à ilha. Os soldados japoneses tentam arranjar as melhores técnicas de defesa mesmo sabendo que estão em menor número e possuem menos tecnologia.Numa mentalidade feudal as ordens são morrer pelo país.
No fundo esta obra de Clint não é sobre esta batalha, é sobre a juventude perdida num campo de batalha.