Acordas já cansada e o dia ainda não começou a dar-te luta. Escolhes a roupa bonita e brilhante que te cubra as dores e lá vais para o carro. Ouves aquela música que já te fez dançar mas agora é a banda sonora da "poesia dos dias iguais". Chegas mas já queres partir.
Foi isto que escolheste mas nós nunca sabemos realmente escolher até provar duas vezes tudo. Trabalhas até estat esgotada mas antes de ir trabalhar já estavas esgotada. Puxas do carinho que tens e da qualidade que és e fazes o trabalho. Mentalmente queres que o relógio marche em fúria para o fim do dia. E quando chega o fim do dia ainda assim não tens o que queres.
Curiosa a rotina, fazes força para que chegue o fim do dia e no fim do dia ainda te falta alguma coisa, não é?
Depois pensas que a vida não é só isto mas não tens forças para mais. Até tens dinheiro mas só compras coisas rídiculas que não te fazem falta. Até tens amigos mas eles já não te servem. Até tens uma boa família mas não são eles que te elevam nestes dias.
Até tens a vida toda pela frente mas tás cansada, não tás? Tens saudade. Dos tempos de criança onde a inocência era tão doce, do secundário onde bebeste pela primeira vez onde o teu corpo te mostrou o céu e da universidade, cabou há pouco tempo mas afinal já foi noutra vida.
Agora és adulta e não sabes realmente o que fazer com isso.
Talvez apaixonar-te. Não será esta uma boa solução? Talvez sim. Se ao menos pudesses voltar acreditar que vale pena juntar o corpo suado e o coração empolgado á mão de um cavaleiro andante. Acredita. A vida é sempre mais do que isto. A vida é viver.
PS: este texto é apenas para uma pessoa, mas aposto que mais se sentem assim.