Cinema-O Homem do ano

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Robin Williams é um talentoso actor, para além de provas dadas na comédia já o mostrou ser também em filmes "mais sérios" como Insomnia ou Câmara Indiscreta.

Regressa agora com este "O homem do ano" onde faz o papel de um apresentador de um talk-show (pensem em Jonh Sweart) que se candidata a presidente dos EUA e graças a um erro informático ganha.

Aparentemente o filme é apenas uma paródia simplista à política. Olhando mais atentamente vê-se que o filme é, afinal uma muito interessante e incisiva crítica à política em geral e às de Bush em particular.

Filme para ver só por quem saiba ler nas entrelinhas.


Frase do filme: "As fraldas e os políticos devem ser mudados com frequência. E sempre pela mesma razão."

A nova seleção

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Já não sou tão fan de Scolari como já fui em 2004. Penso que o seu tempo já passou e tem teimosias que não entendo. Ainda assim venho aqui elogiar o actual momento da equipa das quinas.

Nos últimos dois jogos, Portugal venceu em Londres o Brasil por 2-o e com toda a justiça e neste fim-de-semana goleou a Bélgica por uns claros 4-0 no Alvalade XXI, estádio talismã da seleção.

Portugal é desde o Euro 2004 uma potência europeia e no momento actual continua a ser apesar de Rui Costa, Pauleta e Figo (os melhores jogadores portugueses dos últimos anos e no caso de Figo o melhor de sempre a seguir a Eusébio) se terem retirado.

O ambiente que se vive hoje em dia é de renovação, uma renovação subtil e calma que Scolari está a fazer com mestria. Vejamos: na baliza procura-se já o futuro e tem sido convocado Daniel Fernandes do PAOK; na defesa Tonel do Sporting já mereceu a sua oportunidade e Manuel da Costa do PSV tem vindo a ser integrado no grupo; no meio campo Costinha e Maniche perderam gás e quem tem vindo a ser chamado é Moutinho do Sporting, Meireles do Porto e Tiago do Lyon tem ganho notorieadade e finalmente no ataque destaque para o extremo Nani que sempre que é chamado joga bem e para Almeida que quando passar a ser titular poderá dar alegrias.

Mas ainda falta dar oportunidades a muita gente. Uma das lacunas da equipa é a lateral esquerda onde jogam os adapatados Caneira do Sporting ou Ferreira do Chelsea. Como solução sugiro Marco Ramos, luso-francês e lateral esquerdo revelação da Liga francesa ao serviço do Lens, Antunes do Paços de Ferreira e Gonçalves do Hearts.

Para o meio campo penso que é injusto não se convocar Mendes do Portsmouth, Fernandes do Everton em breve será presença regular nas convocatórias e penso ainda que José Pedro do Belenenses poderia ter um "chance".

No ataque Scolari convoca quem tem, o que em termos de pontas de lança não é muito, esperemos que Vaz Tê do Bolton e Yannick do Sporting comecem a despontar e a marcar com mais frequência porque Gomes e Postiga precisam de substitutos.

O futuro será grande e é uma questão de tempo até outros nomes como Veloso ou Hélder Barbosa se juntem a uma grande seleção onde Deco, Ronaldo e Quaresma fazem jogos dignos dos melhores jogadores do mundo, que de facto são.

O grande português

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António Salazar, estadista que governou Portugal de 1932 a 1968, foi eleito pelos votantes do concurso "Os grandes portugueses" como o maior português de todos os tempos. Tendo em conta que Salazar era um ditador que manteve Portugal em sub-desenvolvimento e se orgulhava de governar um país que cegava com a política dos três F´s - fado, futebol e fátima esta decisão de o eleger como o grande português causa-me uma certa apreensão.

Salazar nasceu a 28 de Abril de 1889 em Santa Comba Dão, fraquentou o seminário mas acabou por não se tornar padre indo em vez disso estudar para Coimbra onde se formou em Direito.

Em Coimbra tornou-se professor e com a inteligência que não lhe nego começou a ganhar poder e influência.

Em Coimbra teve também formação em Finanças e ganhou uma certa aurea de mago das finanças o que lhe valeu dois convites para integrar o governo português. O primiero recusou-o, o segundo aceitou e, uma vez em Lisboa começou a trepar na hierarquia do poder até chegar ao topo fazendo crer ser o único homem capaz de salvar Portugal da crise económica de então.

Salazar foi um ditador, criou a censura que limitou e castigou qualquer laivo de criatividade que fosse contra as ideias de Salazar, criou a mocidade portuguesa claramente inspirada na Juventude Hitleriana e criou a PIDE, polícia do estado que perseguiu, prendeu, torturou e diz-se matou pessoas de livre pensamento.

Salazar queria um povo português estúpido porque se pensasse perceberia que Salazar não era um salvador mas sim um ditador. Mas o povo que ontem elegeu Salazar como o Grande Português já não é analfabeto e "saloio" como o de então o que mostra uma realidade triste. Tristes os tempos em que um diatdor morto há anos é eleito como o maior homem da história do seu país.

Afinal Salazar está vivo. Para a estupidez e em força!

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A vontade

é a habilidade de sorrir

nos dias de chuva

fazendo um Verão à parte

verão que a minha vontade partirá

se tu o que quiseres

A morte da voz

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Era fácil nos anos em que a maturidade


não me habitava


sorrir


voar


e cantar


sorria e devastava


com a mítica facilidade do génesis


cada completo e engalanado espectro de dor


voava acompanhado


quer aquele pássaro que tinha em cada primavera


um novo ninho


quer aqueles sonhos que perto do sol se derreteram


e cantava-te poemas


como se fosses uma musa que nunca serás


cantava rouco aquelas músicas que ouvi


das vezes que espreitei aquele mar seco


é difícil


ser adulto


e perder o mapa


que me levou ao sorriso


é cruel não mais saber voar


e anunciar num fado a morte da voz

Será isto um soneto?

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Hoje acordei Páris

e lancei-me ao mar

lá para o outro lado

Tróia dos sorrisos


Ela ia comigo

mas ficou na Grécia

ela chegou a porto seguro

na insegurança do meu pensamento


Ela provocou-me

a guerra

de ser em mim toda a paz


E mandaram-nos

um cavalo e lá iam presos

para te salvar homens livres

Elegia curta e grega

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Hoje acordei Heitor


Amei sendo Páris


E morri Aquiles


O homem solitário

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Solidão. Eis uma palavra em que Luís se banhava todos os dias da sua rídicula existência. Acordava todos os dias à mesma hora, saia de casa à mesma hora, entrava e saia do trabalho à mesma hora e à mesma hora ia dormir. Dos ponteiros da manhã até aos ponteiros da noite nada parecia mudar. Era escura a vida de Luís.

Um dia começou a sentir-se mal. O peito cheio, dores no coração. Parecia que tinha em si mil angústias presas e que elas lhe enchiam o peito ameaçando explodir-lhe as carnes contra o mundo. Foi a vários médicos mas muitos meses de exames e comprimidos apenas o fizeram mergulhar num quadro mais negro do que a sua amiga e habitual negritude.

Um dia quis acabar com tudo, foi até à ponta e tragicamente ia atirar-se. Ela ia a passar de carro. A madrugada ameaçava-se fazer-se dia e ela parou na ponte ainda vazia.

Correu até ele e disse para ele parar. Ele não se mexeu. Ela beijou-o. Nunca se tinham visto.

Ele sentiu todo o peso do peito lançar-se ao rio mas ele curiosamente não tinha ido para o rio nem para a eternidade de um um sono desconhecido, ele ainda estava ali e estava dentro da boca dela como que a ver-lhes os sonhos.

Ela voltou para o carro e ele seguiu-a. Ela deixou-o em casa sem lhe dar o corpo. Ele pintou a vida a novas cores, nunca mais a viu mas estava curado, o peito já não lhe pesava. Ela beijou-o e apresentou-o à esperança.