Vicky Cristina Barcelona é o mais recente filme do melhor realizador vivo. Woody Allen mostra um belo postal ilustrado de Barcelona (como não ter uma paixão por Barcelona?) e lá no meio aproveita um bando de belos actores para contar uma fraca história.
Número um, este filme tem piada mas não é uma comédia (segundo o meu muito mais entendido em cinema amigo Miguel reis). É um ensaio (ou tentativa) sobre a complexidade e profundidade das relações humanos e em especial sobre as relações amorosas sob o ponto de vista neurótico que só Allen pode ter.
A história de duas americanas que se apaixonam por um latino e com eles têm uma relação, à vez, e sobre o artista perturbado que, mostra ter uma postura cool e carpe diem mas, tem no passado um grande amor.
Vicky(Rebecca Hall) é uma certinha e neurótica (versão feminina de Allen? ; apresentação de uma nova musa alleniana?) americana, noiva de um ainda mais certinho betinho Ralph Lauren. Cristina ( Scarlett) é uma mente aberta que procura encontrar-se mas nunca se encontra porque tem a maldição dos para sempre inconformados e insatisfeitos. De Barcelona são o pintor (Bardem) que vive ainda no passado de uma fogosa ex-mulher e, justamente uma fabulosa Maria Elena (Pénelope) que, a meio do filme aparece para ser a melhor personagem do filme.
Se o filme nos faz pensar até que ponto temos uma relação cómoda mas zombi como a de Vicky, se nos faz querer ser livre como Cristina, se nos faz querer um fogo tão intenso como o que há entre Juan e Maria Elena, se o filme nos toca parace faltar-lhe algo (como faltou na relação entre Juan e Maria Elena) para ser um portentoso ensaio sobre o existêncialismo (mais uma vez uma ideia bem espelhada por Miguel Reis).
No fim dá ideia de que, Allen, é Cristina. Reuniu um bando de artistas, absorveu a arte de Barcelona e fez um postal de umas belas férias.