Nos EUA, no coração da Califórnia, esse magnífico estado do sol, surfistas e raparigas de bikini, fica Orange County, um edílico condado onde se passa a história de OC, que em português tem o subtítulo de Na terra dos ricos.
É em Newport (uma Cascais à americana e em ponto muito maior) que encontramos os Cohen, os Nicholl, os Roberts, os Cooper e um Atwood. O Atwood é Ryan, um deliquente que um dia ajuda o irmão a roubar um carro e vai parar à prisão, com uma mãe alcoólica e o irmão que já percebemos que não é um exemplo o jovem parece ser um caso perdido não fosse deparar-se com o advogado Sandy Cohen que, vê nele um bom coração e vês nas suas notas escolares uma inteligência que não se pode perder. Sandy , uma das melhores personagens da série, resolve levar o rapaz para a terra dos sonhos e coloca-o a viver na sua casa da piscina, maior do que a casa onde Ryan vivia com a família.
O rapaz não tarda em conquistar a Sra Coen, o filho Cohen e a vizinha do lado, Marissa Cooper. Com tão arrebatadora chegada a Newport o loiro começa a fazer parte daquela nova vida. É à volta de Ryan que a série quer girar mas o interesse maior parece residir no facto do crescimento das outras personagens fazer com que Ryan nem sempre seja assim tão central como é suposto um protagonista ser.
OC, desprezado como uma telenovela para putos, é, afinal uma série bem escrita, bem realizada, com uma imagem com a leveza das praias e vida fácil mas também com o peso de suicídios, violações e outras questões bem menos cor-de-rosa do que seria de esperar.
Eixos de interesse:
A relação Marissa/Ryan – Ryan, o puto problemático, conhece a uptown girl, muito bonita, bem educada, bem vestida e com o inevitável namorado loiro e desportista mas, como convém nasce desde logo um amor que nunca é tranquilo. Ryan é atormentado pelo passado em Chino, pela ex-namorada, pela mãe, pelo irmão e pelo aparecimento de raparigas que não lhe resistem. Marissa é atormentada por um pai falido, uma mãe escaladora social, uma irmã rebelde, a tendência para cuidar de rapazes com problemas, abuso de drogas e álcool e uma série de tristezas que a invadem e a tornam numa das personagens mais complexas e interessantes da série (e não soap ópera).
Seth Cohen – Na primeira série Seth diz “Só estou aqui pelo comic relief”. E parece ser verdade. No meio do drama, Seth tem um estonteante humor. Antes de Ryan, durão, chegar à sua vida era apenas o nerd que era gozado. Com Ryan ninguém se mete com ele e passa a viver feliz com as suas paixões pela BD, vela e jogos de vídeo.
É também Ryan que lhe dá força para se declarar a Summer Roberts, a rapariga que ama desde sempre. Com Summer, após muito trabalho, vive uma engraçada relação, com altos e baixos, e, aos poucos, o dito palhaço , mostra também o seu lado sério de auto-procura e de homem com problemas.
Caleb Nicholl – O avó de Seth, pai de Kirsten e sogro de Sandy é um milionário sem grande tacto nem pudores. Interessa-lhe ganhar dinheiro e só a sua filha mais nova o derrete. Gostada família sem se dar e, desde a morte da mulher, colecciona mulheres mais jovens. Bom trabalho de actor.
Julie Cooper – Implacável “perua” deixa o marido quando ele já não tem dinheiro e procura novos(s) maridos apesar de, regressar a Jimmy como o amor da sua vida. Quer mandar na filha Marissa e parece não ser mulher de grandes princípios. Algures na segunda série revela-se como mulher forte e de bom fundo.