Uma semana depois acabei de ler "Os Homens que odeiam as Mulheres" do sueco Stieg Larsson acabei hoje de manhã esta interessante demanda enquanto que, já tenho na estante os outros dois livros da Colecção Millenium.
Larsson, falecido em 2004, antes do Mundo se apaixonar pelos seus livros, tem uma escrita fácil de ler, intuitiva e viciante sem cair no entanto em facilitismos. Não há um final previsível, não há a típica história de um homem valentão e da mulher frágil que o ajuda a desvendar os mistérios. Há a construção e evolução quase palpável das personagens. Mikael Blomkvist, é um determinado jornalista da área de economia, mas, é também um homem, no ínicio do romance, sem credibilidade ante os seus pares após ter sido condenado por difamação.
Mas, Blomkvist, contratado por um riquíssimo industrial para resolver sob os olhos do jornalismo de investigação, o estranho desaparecimento da sobrinha do seu contrante, é humano e, Larsson expõe-nos as suas fragilidade. O medo de não voltar a ter credibilidade como jornalista, o medo de se distanciar irremediavelmente da filha adolescente que vive com a mãe, o medo da solidão que tenta afastar com um relacionamento forte mas ocasional com a sócia Erika, casada. Não temos o típico herói solitário e destemido. Devido a acontecimentos que apenas são revelados tarde no livro, Mikael torna-se até frágil e traumatizado.
Também a sua companheira de aventuras não é uma donzela a precisar de ser salva. É uma determinda mulher. Apesar de rotulada de sociopata ou até associal é uma confiante investigadora e uma temível hacker. Muitas vezes é ela que se torna na heroína, na força do casal. Que se juntem é inevitável mas não há clichés.
Há uma história bem construída, bem escrita, sem pressas de revelar, com muitas e demoradas descrições. As personagens têm passado e evoluem. Bom livro. Hoje começo o segundo.