A fita começa e vemos Robert de Niro como um homem sozinho numa grande casa. Trata do jardim, limpa a casa, vai ao supermercado comprar carne da melhor e bom vinhos. Percebemos que é viúvo, há fotografias de uma mulher que não aparece, e que espera a chegada dos quatro filhos para um fim-de-semana em família. Mas todos ligam a dizer que não podem vir.
Mesmo doente, decide ir ver os filhos. Até aqui tudo bem. Parece que estamos a ver um filme com charope. Há umas piadas fáceis, umas mais inteligentes, mas tudo aquilo parece ser leve. Até que vai deixando de ser. É um filme cínico. Chama-nos com humor mas prende-nos com uma história de fundo. Triste.
Depois visita a filha mais velha. Kate Beckinsale é uma bem sucedidada publicitária, tem um filho que adora o avô mas o genro não parece muito próximo da família.
Visita o filho Sam Rockwell que pensava ser um afamado maestro mas é um apenas um percursionistas. Diz-se feliz sem a pressão de ser maestro e gosta da sua vida. O pai não deixa de ficar desiludido.
Por fim vai a Las Vegas ver a filha bailarina. Drew Barrymore aparentemente é uma bem sucedida e bem paga bailarina e tem um grande apartamento. Mas será o apartamento mesmo dela? E quem é a estranha mulher que lhe aparece à porta com um bebé que lhe parece familiar apesar de nunca o ter visto.
No geral é um belo filme. Não sendo uma obra prima mostra ser um bom exercício sobre as expectativas que os pais colocam nos filhos tentando viver através deles. Tem boas interpretações do grande De Niro, de Beckinsale e Rockwell. Tem cenas de grande comicidade como aquele em que, no supermercado, De Niro pede o melhor vinho para impressionar as suas crianças e o empregado diz-lhe que aquele vinho não é para crianças; tem cenas ternurentas como as de De Niro com o neto a tentar comer comida chinesa ou jogar golfe e tem cenas de grande força como quando Frank Goode, o pai, tenta ajudar um sem-abrigo numa estação de metro dando-lhe dez dólares para comer e quase acaba assaltado.
Espera-se uma pessegada feel good, obtém-se um exercício sério. E bom.