Amor - Um dia

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Acordamos. O teu acordar faz-me acordar. Sinto o sol a quebrar-me o descanso. Tantos meses depois quando acordas trazes um sol abrasador que me ilumina. Não ligo ao que sai da tua boca. Deitou-me e deleito-me com o espectáculo magistral de te ver acordar e, contigo acorda o mundo.

Gosto de te ler os pensamentos. Ser teu servo. Acho que, assim talvez, possa retribuir o teu amor como se ainda não pudesse acreditar no que sentes e, ter a necessidade de te pagar. Ser teu servo. Levar-te à cama aquela sandes, com aquele pão. Dentro aquele queijo. Sei que não és esquisita e que comerias qualquer coisa mas, sei, também que, seria aquele pequeno-almoço que escolherias e, não te quereria dar outro. Quero o melhor para o meu amor e isso reflecte-se no queijo fresco.

Vamos trabalhar. Estás no fundo do corredor. Estás sempre a mil. Mas o meu coração sossega. Estás à distância ideal. Preciso de ti e largas tudo.

Saímos. Às vezes vais ver filmes que só eu quero. Às vezes só apetece casa. A casa não é de nenhum de nós. Mais tua. Já nos serviu para ver que funcionamos. Cozinho. Compro na merceeira os ingredientes para um bom jantar. Invento. Um dia fica bom, noutro fica mau. Comes sempre com uma expressão satisfeita. Agradecida. Não sabes que eu é que agradeço ter quem me coma o carinho, quem me saboreie o esforço, quem me ame o sabor.

Na cama, embrulhamo-nos a ver filmes. Nunca os vemos. Adormecemos. Às vezes apetece-nos o corpo. Às vezes a mão. Umas o abraço. Outras a distância. Mas sabemos que temos sempre a escolha de acordar um com o outros. Mais dificil do que conviver ou fazer qualquer outra coisa é dormir. Eu ainda, e, palpita-me, que sempre, tiro maior prazer de dormir contigo. Acordo e dás-me sempre bom tempo.

Amo-te Joana.

2 comments

Anonymous 03 January, 2009 13:44

Texto muito bonito. Muito romântico. Já lá vão os tempos em que a tua deixa era "Vem cá que o pai unta-te".

Anonymous 03 January, 2009 13:56

Ele continua a usar essa deixa...