A quadrilha- Parte II

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Encontravam-se todos os anos, todos os Verões e sempre na Costa, no Bairro do Sol. Nenhum lá nasceu, nenhum lá cresceu, nenhum lá viveu, mas um lá morreu. Nenhum lá viveu por mais de dois meses por ano, no entanto era lá que todos se sentiam em casa. Conheceram-se há aproximadamente quinze anos. Tinham eles seis, sete, ou oito anos.
Passada a fase dos castelos, surgiu a dos príncipes e das princesas. Começaram a apaixonar-se, cresceram. O primeiro foi o João que viu em Teresa o despertar da paixão. Esta só tinha olhos para o Raimundo, que por sua vez, morria de amores pela Maria, que via em Joaquim o que Lili não via.
Do grupo do Bairro do Sol, só Lili não se apaixonou qualificando-se como o muro de lamentações dos amigos. Depois daquele verão em que os sentimentos ultrapassaram o limite da amizade, nada voltou a ser o que era. Naquele fim de Verão, quando voltaram a escrever na árvore, não sabiam se podiam cumprir a promessa de voltar. Tinham agora dezoito anos e a sua infância ficou em frente ao Bairro do sol, enterrada na praia.