Escritos de Fernando Pessoa são tesouros nacionais

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O Governo classificou os documentos de Fernando Pessoa, quanto a mim o melhor escritor da língua portuguesa de sempre, como tesouro nacional. Alguém discorda?


O amor é uma companhia

O amor é uma companhia.

Já não sei andar só pelos caminhos,

Porque já não posso andar só.

Um pensamento visível faz-me andar mais depressa

E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.

Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.

E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.

Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.

Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.

Todo eu sou qualquer força que me abandona.

Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.

Jogo - Prototype

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Prototype é um jogo demente. Adoro. Impagável a forma como Alex plana, poisando em helicópteros, tanques ou em cima dos inimigos destruindo e matando com as suas mãos.

Cinema - Bruno

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Depois de Ali G e Borat, Sacha Baron Cohen, provocador comediante britânico regressa com uma nova personagem: Bruno.

Bruno é um gay austríaco viciado em moda e, cuja única ambição na vida é ser famoso. Como em Borat, Cohen faz um muckmentary que pretende mostrar a estupidez americana e, desta vez mostrar os absurdos da homofobia. É divertido vê-lo entrevistar uma modelo que diz ter um profissão difícil porque tem que...andar na passarelle, vê-lo a conversar com um Padre que coverte gays em hetero ou com duas conselheiras que lhe dizem para se associar à causa do Dafar que é algures no Iraque...

A fita é uma parvoíce pegada que nos arranca algumas gargalhadas mas, em geral é muito mais fraco do que já vimos nas obras anteriores de Cohen.

OC - Um guilty pleasure, com mais pleasure do que guilty

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Nos EUA, no coração da Califórnia, esse magnífico estado do sol, surfistas e raparigas de bikini, fica Orange County, um edílico condado onde se passa a história de OC, que em português tem o subtítulo de Na terra dos ricos.
É em Newport (uma Cascais à americana e em ponto muito maior) que encontramos os Cohen, os Nicholl, os Roberts, os Cooper e um Atwood. O Atwood é Ryan, um deliquente que um dia ajuda o irmão a roubar um carro e vai parar à prisão, com uma mãe alcoólica e o irmão que já percebemos que não é um exemplo o jovem parece ser um caso perdido não fosse deparar-se com o advogado Sandy Cohen que, vê nele um bom coração e vês nas suas notas escolares uma inteligência que não se pode perder. Sandy , uma das melhores personagens da série, resolve levar o rapaz para a terra dos sonhos e coloca-o a viver na sua casa da piscina, maior do que a casa onde Ryan vivia com a família.
O rapaz não tarda em conquistar a Sra Coen, o filho Cohen e a vizinha do lado, Marissa Cooper. Com tão arrebatadora chegada a Newport o loiro começa a fazer parte daquela nova vida. É à volta de Ryan que a série quer girar mas o interesse maior parece residir no facto do crescimento das outras personagens fazer com que Ryan nem sempre seja assim tão central como é suposto um protagonista ser.
OC, desprezado como uma telenovela para putos, é, afinal uma série bem escrita, bem realizada, com uma imagem com a leveza das praias e vida fácil mas também com o peso de suicídios, violações e outras questões bem menos cor-de-rosa do que seria de esperar.

Eixos de interesse:


A relação Marissa/Ryan – Ryan, o puto problemático, conhece a uptown girl, muito bonita, bem educada, bem vestida e com o inevitável namorado loiro e desportista mas, como convém nasce desde logo um amor que nunca é tranquilo. Ryan é atormentado pelo passado em Chino, pela ex-namorada, pela mãe, pelo irmão e pelo aparecimento de raparigas que não lhe resistem. Marissa é atormentada por um pai falido, uma mãe escaladora social, uma irmã rebelde, a tendência para cuidar de rapazes com problemas, abuso de drogas e álcool e uma série de tristezas que a invadem e a tornam numa das personagens mais complexas e interessantes da série (e não soap ópera).


Seth Cohen – Na primeira série Seth diz “Só estou aqui pelo comic relief”. E parece ser verdade. No meio do drama, Seth tem um estonteante humor. Antes de Ryan, durão, chegar à sua vida era apenas o nerd que era gozado. Com Ryan ninguém se mete com ele e passa a viver feliz com as suas paixões pela BD, vela e jogos de vídeo.
É também Ryan que lhe dá força para se declarar a Summer Roberts, a rapariga que ama desde sempre. Com Summer, após muito trabalho, vive uma engraçada relação, com altos e baixos, e, aos poucos, o dito palhaço , mostra também o seu lado sério de auto-procura e de homem com problemas.


Caleb Nicholl – O avó de Seth, pai de Kirsten e sogro de Sandy é um milionário sem grande tacto nem pudores. Interessa-lhe ganhar dinheiro e só a sua filha mais nova o derrete. Gostada família sem se dar e, desde a morte da mulher, colecciona mulheres mais jovens. Bom trabalho de actor.
Julie Cooper – Implacável “perua” deixa o marido quando ele já não tem dinheiro e procura novos(s) maridos apesar de, regressar a Jimmy como o amor da sua vida. Quer mandar na filha Marissa e parece não ser mulher de grandes princípios. Algures na segunda série revela-se como mulher forte e de bom fundo.

Jogo - Prototype

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Eis o jogo de sonho para qualquer nerd como eu. Em Prototype para a PS3 encarnamos Alex Miller numa Nova Iorque contaminada por um estranho vírus. Depois é usar Alex (uma arma humana ao estilo de Wolwerine) para protagonizar épicas batalhas cheias de sangue. E é isto.

Livro - A história de Edgar Sawtelle

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Oprah "A" apresentadora de talk shows americana apelidou este livro como o melhor romance que já leu. Confirmo que tem passagens lindissímas de uma escrita consistente e comovente. Tem também algumas passagens altamente maçadoras.

É-nos contada a história do avó de Edgar, do pai e do próprio Edgar como o título indica. Edgar é uma criança única que vive uma "aparente" vida de sonho na companhia dos pais e das dezenas de cães criados na sua quinta.

Até que um dia o pai de Edgar morre e, numa espécie de Hamlet, o nosso protagonista começa a ver o fantasma do pai e a relação da mãe com o tio...

Livro - Dicionário de Cinema para Snobs

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David Kamps e Lawrence Levi apresentam-nos um muito cómico dicionário de realizadores, produtores, actores, géneros de cinema e expressões variadas do mundo da sétima arte. A piada está na forma como distingue os cinéfilos "normais" e os cinéfilos "snobs" que se julgam mais eruditos e entendidos e, a piada reside na batalha que gera em nós próprios a tentarmos perceber a que tipo pertencemos.
Para além da camada de piada existe um lição de cinema em textos curto e simples. Uma pequena delícia.