Reality Show Maddie

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O caso McCann é apenas mais um reality show que tem como objectivo único e exclusivo entreter a população portuguesa e inglesa.

Uma amorosa e fotogénica miúda inglesa desapareceu na Praia da Luz, Algarve, e não mais apareceu. Tenho muita e sincera pena pelo destino que a "pequena Maddie" possa ter tido. Mais pena tenho uma vez que acho desde o ínico desta novela que a Maddie foi morta logo nos primeiros tempos do caso. Mas há muito tempo que parece não ser a criança a preocupação mas sim todo o circo á volta do caso.

Numa primeira fase a mediatização deu-se em torno dos pais: como era possível deixarem a pequena Maddie sozinha? Primeiro forma julgados pela opinião pública e mostrados como pais negligentes.

Ao mesmo tempo iam-se exibindo reportagens sobre a vida de Maddie. Como era a criança. Como era a cidade dela perto de Leicester e tudo mais que servisse para comover portugueses e ingleses.

Numa segunda fase a mediatização passou para a mediatização do sofriemnto dos pais. Os pais passaram a dar chorosas entrevistas onde pediam aos "raptores" que lhe devolvessem a filha. O mundo comoveu-se e juntou-se ao sofriemnto dos McCann que até hoje vivem no Algarve e são acarinhados por todos.

Katie, a mãe, passou a frequentar a missa local com o peluche de Maddie na mão e todos tiveram sempre muita pena. Eu também tenho, não me levem a mal, mas toda esta história é pouco consistente e muito estranha.

Os McCann passaram a fazer um tour para que o mundo não esquecesse Maddie visitando inclusivamente o Papa.

Agora e depois de uma névoa imensa em torno dos resultados dos testes ao apartamento onde a família passava férias. Tardiamente sabe-se que o sangue de Maddie tinha vestígios na parede e no carro da família. Começaram as suspeitas.

A fase seguinte da palhaçada mediática é a que estamos a conhcer agora: Katie constituida arguida.

Osa media fizeram a história, fizeram dos MacCann uns mártires e preparam-se para lhes dar um am machadada enquanto que o povo assiste a tudo de bom grado, aceitando os heróis e sofrendo com eles mas esperando sempre um pormenor sórdido e um julgamento público.

Este caso é um reality show que entretem o povo mas convém lembrar de uma certa miúda que está morta ou desparecida e é ela a presonagem principal. Lembram-se?

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Bebes. Talvez mais um copo daquela fresquinha sangria te acalme a sangri que o teu coração antes tão quente sofre. Bebes. Bebes mais mas não há alcool que te faça lembrar de ti o suficiente para te esqueceres dela. Bebes. Mas atenção. Sabe, desde já, que não há bebida que te afogue aquele sítio escuro onde se concentram as tuas dores. Em cada um há um campo de concentração onde estão presos os nossos pensamentos felizes e , pouco a pouco vão sendo mortos. Com o tempo o sorriso fica borrado.


Ris. É uns dias um riso forte , uma gargalhada estridente que é tão sincera que te convence. Ris. Ris com gosto. Esqueces as tristezas e ris. Daquela piada tão parva que só o teu melhor amigo pode dize-la. Ris. És verdadeiro.

Ris. Disfarças a mais secreta dor com o mais perfeito riso. Ris. Ris e fazes rir. Não há verdade nisso mas tens que espantar os buracos negros à força.


E ao fim do dia vês o quão vazio estás e dizes para o espelho: estou perdido. E estás. Depois bebes e ris. Adormeces. Sem bússola.

Cego

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O senhor cego seguia o seu segmento segura da sua senda. O senhor cego não vê as cores do mundo, mas também não vê as dores do mundo. Aquele cego mete dó, dizia a senhora que ia a passar, só porque o cego, o senhor, não tinha roupa boa nem banhos em dia. Talvez não tenha dinheiro e arranjar emprego aqui sem olhos é dificil. A senhora tinha pena ma so cego seguia seguro.

A senhora foi para casa ver as cores das suas dores.

O senhor cego seguiu. Vagabundo sem ver as dores do mundo.