Calem-se!

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As idas ao cinema são um dos grandes prazeres da minha vida. Em geral tenho uma grande parte de irritação com os meus colegas de sala. Os portugueses são muito pouco civilizados. Falam alto como se tivessem na sua sala. Quem quer falar fica em casa ou na rua não vai a uma sala de cinema. No máximo sussura ao ouvido. No caso de se estar a falar e quando se ouve o chhhhhhhhiu então era altura para tomar vergonha e, ficar mesmo calado. Depois, se, têm mesmo que tirar algo de um saco, façam-no rapidamente. Se levam telemóvel desliguem-no ou tirem o som e não atendam nunca para dizer "estou no cinema". Se chegarem atrasados tenham a humildade de não ficar à frente do ecrã à procura do lugar.
PS: espero que, aquelas miúdas que estiveram três horas ontem a rir no cinema e a falar alto tenham sofrido com as pipocas e passem o FDS de diarreia.

Cinema - O curioso caso de Benjamin Button

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1- a narração em retrospectiva do género “how i met you mother” ou neste caso, father, está fora de moda, gasto e não faz aqui sentido. Blanchett a contar a história de Button à filha é previsível e tira muita graça ao filme. A narração parece às tantas ser de um qualquer “Diário da nossa paixão”…

2 – a história de um homem que nasce com oitenta anos e vai rejuvenescendo é um conto do fantástico que me parece só teria o objectivo e , faria honra a Fitzgerald nas mãos de Tim Burton numa linha próxima de “A Fábrica de Chocolate”. Pegar nas linhas de Fitzgerald e transformá-las numa bonita mas banal história de amor é uma opção errada.

3 – Sim eu percebi que o filme é sobre o efémero sobre como diz Brad Pitt “nothing lasts…” mas, essa teoria não é nada de novo, o amor que só se pode ser encontrado num breve momento e, ainda assim vale uma vida é banal no cinema. Sem pensar muito lembro-me de “A cidade dos anjos”…

4 – A história do Senhor Bolo metida a martelo no filme não faz sentido.

5- Tudo o que disse não inviabiliza que , tanto Pitt como Blanched tenham fabulosas performances. Há ainda todo um trabalho de caracterização, guarda-roupas e outros pormenores que, fazem valer a pena ver o filme

6 – o pior não é o que o filme é. Bom mas limitado. O pior é aquilo que podia ser. E, isso seria um filme para a história.

Curioso livro

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Levado pela febre e sucesso do filme "O misterioso caso de Benjamin Button" vi nas bancas e, comprei o livro que inspira a fita. Escrito por F. Scott Fitzgerald, autor de grandes clássicos americanos como "O Grande Gatsby" este conto, publicado em 1922, apresenta uma história peculiar: Benjamim nasce com aspecto de 70 anos e, morre bebé. O livro explora a reacção do pai e do filho de Benjamim que, ao longo da história têm que inverter os papeis.


Deliciosa história do fantástica mas também do desafio de costumes da alta sociedade de Baltimore. Lê-se num folêgo.




PS: O autor teve a ideia quando Mark Twain se lamentou que o príncio da vida fosse a melhor parte e o fim a pior

Rosa

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Tu que de mim tanto cuidaste precisas agora que de ti cuidem. Lembro cada história que me contavas. A tua mãe contava-te e, como nunca a conheci pelas injustas e anti-constitucionais leis da vida, tu contavas. Agora que te deu para que os anos acumulados te fizessem velha deu-te para falar sobre as tuas próprias histórias.

Da tua linda, de "mulher simples" vida. Do campo ao balcão. Da mãe ao meu avô. Vejo-te agora sem a força de te acudires. Escondo os meus egoísmos e, percebo de que o que te falta faz é o amor da família e, esse já o tens.

Elegia adolescente

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Cada gota da chuva fina de hoje estatela-se no chão. É possível que, lá no meio, uma das gotas seja de humano sal. Com o tempo forma-se um lago. Melancolia.

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Beckham teve tudo para ser um grande futebolista. Nulo de cabeça, não muito rápido mas, com excelente sentido táctico, fabuloso cruzador e marcador de livres. Começou muito cedo na primeira equipa do Manchester United. Uniu-se com a Spice Girl Vitória e, parece ter começado a dar mais importância à imagem, à moda e à fama do que ao futebol. Mudou-se para Madrid. Escolheu o número 23 para fazer olhos aos EUA (o número usado por Jordan no baskett) e, com Figo na sua posição foi jogar para médio centro defensivo. Finda a experiência chegou com pompa ao LA Galaxy. Vitória gostou mas, Becks, parece ter sentido falta de futebol à séria e chegou agora a Milão. Aos 33 anos já se fixou como titular e já fez o primeiro golo. O presidente do Milan admitiu que o levou para San Siro para vender camisolas mas em campo Beckham mostra classe. Ainda vai a tempo de ser lembrado como grande jogador.

Cinema - Vicky Cristina Barcelona

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Vicky Cristina Barcelona é o mais recente filme do melhor realizador vivo. Woody Allen mostra um belo postal ilustrado de Barcelona (como não ter uma paixão por Barcelona?) e lá no meio aproveita um bando de belos actores para contar uma fraca história.


Número um, este filme tem piada mas não é uma comédia (segundo o meu muito mais entendido em cinema amigo Miguel reis). É um ensaio (ou tentativa) sobre a complexidade e profundidade das relações humanos e em especial sobre as relações amorosas sob o ponto de vista neurótico que só Allen pode ter.


A história de duas americanas que se apaixonam por um latino e com eles têm uma relação, à vez, e sobre o artista perturbado que, mostra ter uma postura cool e carpe diem mas, tem no passado um grande amor.


Vicky(Rebecca Hall) é uma certinha e neurótica (versão feminina de Allen? ; apresentação de uma nova musa alleniana?) americana, noiva de um ainda mais certinho betinho Ralph Lauren. Cristina ( Scarlett) é uma mente aberta que procura encontrar-se mas nunca se encontra porque tem a maldição dos para sempre inconformados e insatisfeitos. De Barcelona são o pintor (Bardem) que vive ainda no passado de uma fogosa ex-mulher e, justamente uma fabulosa Maria Elena (Pénelope) que, a meio do filme aparece para ser a melhor personagem do filme.


Se o filme nos faz pensar até que ponto temos uma relação cómoda mas zombi como a de Vicky, se nos faz querer ser livre como Cristina, se nos faz querer um fogo tão intenso como o que há entre Juan e Maria Elena, se o filme nos toca parace faltar-lhe algo (como faltou na relação entre Juan e Maria Elena) para ser um portentoso ensaio sobre o existêncialismo (mais uma vez uma ideia bem espelhada por Miguel Reis).


No fim dá ideia de que, Allen, é Cristina. Reuniu um bando de artistas, absorveu a arte de Barcelona e fez um postal de umas belas férias.