Plastic Beach
Dizem que este é o pior álbum dos Gorillaz. Será, concordo.
Mas em termos gerais é bom.
É destemido. Experimenta. Brinca com o som.
Abra-se a mente.
Alarguem-se os ouvidos.
Abram alas para a boa arte.
Onde poemas se misturam com consumismo, onde são criticados filmes e livros, onde se vibra com futebol e jogos. Onde é bem-vindo o leitor
Tim Burton encontrou em Lewis Carroll, que escreveu este Alice há quase 150 anos, o seu argumentista perfeito.
O que aqui interessa é o que Burton traz à história que não existisse já. E a resposta é: Burton traz compreensão. Burton entende Carroll.
No caminho conhece o Chapeleiro. Fabulosos J. Depp que pintou o cabelo e as mãos de laranja (o mercúrio, no Séc.XVIII era usado no fabrico de chapéus e causava a demência dos chapeleiros) e deu ao estranho homem toques de génio como o sotaque escocês quando se irrita, ou quando repete a pergunta: o que têm em comum, um corvo e uma escrevaninha? Depp supera-se. Como pirata, com mãos de tesoura, com navalha na mão. Depp supera-se a cada fita. Burton só tem que lhe dar um pequeno incentivo.