Fur- Um retrato imaginário de Diane Arbus

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Confesso que tenho a mania de me documentar antes de ver um determinado filme, gosto de ler todas as críticas acerca do filme, ler as biografias dos actores e outros dados que tais. Confesso também que ontem fui ver este Fur sem estar documentado porque me convidaram meia hora antes da hora da sessão. Sabia apenas que no filme entrava Nicole Kidman, actriz da nata de Hollywood.






E confesso, nesta maré de confissões, que adorei o filme e também o adorei devido à surpresa de não saber nada sobre o que ia ver.



Em primeiro lugar destaque para o título. Fur em inglês quer dizer pele não no sentido de pele humana (skin) mas no sentido de peles de animal com os quais se fazem casacos de pele ou ainda no sentido de pelo de animal. Já o subtítulo português remete para aquilo que é o filme: uma biografia da famosa fotografa americana Diane Arbus mas, uma biografia imaginada e não totalmente verdadeira.






Diane Arbus fotografou os freaks de um certo imaginário burlesco, Diane fotografou anões, prostitutas e numa das suas mais célebres fotos tirou o retrato de "As gémeas de Roselle" duas irmãs siamesas. A mim esta Diane que eu não conhecia faz-me lembrar o pintor francês Toulose-Lautrec também ele apaixonado por os freaks deste mundo umas vez que o próprio o era.






O filme é uma hino à imaginação e bebe-se de uma só trago. Assistimos à mutação de Diane de uma conformada dona-de-casa dos EUA dos anos 50 numa conformada freak. Diane parecia amar a família mas aquela vida não lhe chegava e através da descoberta do vizinho Lionel, revolta-se e liberta-se da sua vida banal.






Um exercício de cinema surreal e de compreensão para com as naturais dores dos génios num mundo demasiado pequeno para os suportar. Os génios carregam nas costas o peso do mundo. A ver, 4 estrelas.