Wall-E

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É fácil comparar Wall-E ao ET de Steven Spielberg. São seres (seres porque um é um extraterrestre e outro uma máquina) surpreendentemente encantador quando o seu aspecto físico indicia apenas algo estranho. São seres que conquistam a admiração e confiança dos humanos com quem partilham o ecrã. Acima de tudo são seres que conquistaram legiões de fans, entre as massas que vão ao cinema e os mais duros críticos.
Mas, enganem-se os que vêem Wall-E como uma cópia de ET. A nova estrela da Pixar tem uma identidade própria. Wall-E é uma figura e um bom filme da mais refinada animação, ET é um filme de imagem real, se bem que tenha variados efeitos secretos. Wall-E passa uma imagem ecológica, ET passa uma imagem de possibilidade de amizade entre mundos.
Na primeira cena temos uma imagem da Terra, num zoom vemos uma grande cidade, noutro vemos grandes prédios, no seguinte vemos que esses prédios são cubos de lixo compacto. Descobrimos depois que o único ser que limpa o planeta todo é Wall-E, um robô de 700 anos que vive uma solitária existência. Após as centenas de anos em que Wall-E passou a limpar, os seres humanos refugiaram-se no espaço a bordo duma gigantesca nave espacial. Após centenas de anos Wall-E, último da sua espécie desenvolveu uma personalidade. A sua personalidade serve-lhe para ganhar amizade por uma barata (metáfora de sobrevivente no planeta) e um gosto por musicais.
Um dia a sua existência muda quando conhece e se apaixona por EVE, uma jovem e moderna robô que tem a missão de encontrar vida na Terra para que os humanos possam regressar.
Wall-E é uma obra-prima. Visualmente é o melhor filme de animação até à data. Tem a qualidade deliciosa de serem feitos diálogos com grunhidos e outros sons que não a fala. E, tem um argumento, tão inteligente como divertido.