Avó
A avó foi minha companhia diária por 18 anos. Tive a grande sorte de ter avós a morar na casa ao lado portantos todos os dias ia dar um beijinho de bom dia e um de boa noite. Pelo menos.
Anos a fio recebi cem escudos por cada golo marcado pelo Sporting. Com os euros a avó baralhou-se mas os golos também foram escasseando mas, a relação com o dinheiro mantém-se viva. Mesmo no sofá sem forças para se erguer tem uma "notinha" para me dar. Teve sempre.
Mais importante foram as histórias que tanto me contou. Histórias "lá do monte" de quando era pequena e morava no lugar da Pouca Farinha onde, por ser filha única nunca passou fome. Foi para a aldeia do Cercal casar e abrir uma taberna com o primeiro marido que faleceu novo. O meu avô fez-lhe uma corte à antiga e um dia saltou para dentro do balcão. Estiveram lá até Junho do ano passado.
A avó sente a falta do avô e, a cada dia que passa perde mais forças. Que sorte em ter uma avó destas, é tudo o que penso.
1 comment
e sei que a tua avó sente-se com sorte por ter um neto como tu.
Tenho pena de não ter ouvido contar as estórias dos meus. Os que estão vivos vejo-os pouco.
Post a Comment